31.7.11

That’s causing you sweet pain: Metallica faixa a faixa V

Uma das coisas que eu lamento não ter visto ao vivo ainda em nenhum show do Metallica ao qual fui na vida é Whiplash. Mais do que as tradicionais Seek and Destroy e Metal Militia, essa é a minha favorita do disco Kill’em all.

Agressiva, ela causa claustrofobia em que ouve a partir do momento em que uma parede de guitarras simplesmente desaba na sua frente. A sensação é de que há abelhas gigantes africanas assassinas presas na caixa de som e prontas para atacar você. E você não sente nenhum medo. Tudo o que importa é bater cabeça.

É a música para qual um true banger se entrega. Uma vez me peguei sozinha em casa, fazendo um bolo e tive que parar, cantar e tocar air guitar só porque Whiplash era a seguinte na playlist. É tudo lindo, até o dia seguinte, claro, pois quando a gente tem mais de 30, uma música é suficiente para detonar o pescoço.

Se você não sabe o que significa Whiplash, tente imaginar acordar no dia seguinte ao show da sua vida, depois de ter tomado muito Jack Daniels ou Stoli e batido cabeça como nunca. Sabe aquela dorzinha no pescoço? It’s whiplash.

Bang your head against the stage like you never did before
Make it ring, make it bleed, make it really sore


O vídeo é do show de Seattle em 1989. Como eu já disse, é o meu favorito. Se isso não for energia no palco, eu não sei o que é. Nessa interpretação – e em muitos shows do No Where Else to Roam Tour – o então baixista Jason Newsted canta a segunda parte.

That’s causing you sweet pain: Metallica faixa a faixa V

Anesthesia (Pulling teeth) é um grande solo de baixo que coloca todo e qualquer baixista que não seja Cliff Burton no chinelo. Que me desculpem os outros.

Era esse solo que Burton tocava na noite em que os líderes do Metallica, James Hetfield e Lars Ulrich, foram vê-lo no palco em São Francisco. Eu mesma, que não sei tocar – e eternamente adio as aulas de violão – só fui ter a noção completa da técnica dele ao ver isso em vídeo.

É de arrepiar até hoje ver isso. Recomendo assistir o vídeo-tributo à morte do baixista Clif’em all. Já saiu em DVD, mas com as mesmas imagens aquelas. Linda chinelagem.

O vídeo é de um festival na Dinamarca em 1985, um ano antes de ele morrer.

That’s causing you sweet pain: Metallica faixa a faixa IV

Jump in the fire é uma daquelas músicas do Metallica cuja autoria inclui Dave Mustaine. Não está entre as minhas favoritas – apesar de a arte de capa do single ser bem legal (e me fazer pensar em Lovecraft).

É mais uma daquelas músicas de heavy metal com a temática demoníaca – só que dessa vez, o narrador é o Coisa-ruim em pessoa. O eu-lírico satânico conta como só observa os humanos caírem em tentação – e como nem sempre ele precisa trabalhar para isso.

Em uma entrevista em 1991, o baterista Lars Ulrich chegou a afirmar que a música foi inspirada em Run to the Hills, do Iron Maiden. Se ele não tivesse dito isso, eu não saberia. Não há nenhuma relação entre elas, mas, claro, depois de ler isso, comecei a achar o andamento e as guitarras de Jump in the fire mais parecidas com um estilo New Wave of Brtitish Heavy Metal. Mas pode ser sugestão. Decida você.



O vídeo é um dos disponibilizados pela própria banda no site oficial. Da turnê Death Magnetic.

That’s causing you sweet pain: Metallica faixa a faixa III

Seguindo a ordem do disco Kill’em all, a série continua com Motorbreath. É uma das que mais gosto no disco de estreia – que é talvez o mais fraquinho dessa “fase antiga”. A mesma temática life on the road que ouvimos em Hit the lights aparece aqui novamente. Esse assunto está abre a discografia da banda e encerra o ciclo trash com a perfeita Wherever I May road, no Black Album (mas sobre ela eu já falei e falarei mais posteriormente). Como já foi apontado aqui, não há grande lirismo em nada. Uma das coisas mais legais sobre Kill’em All, aliás, é a completa falta de um eu lírico elaborado, grilado com qualquer problema da vida ou amorosamente descornado. É quebradeira e ponto final.

Há correntes que dizem que a Motorbreath teria sido inspirada pelo uso de cocaína, mas não encontrei nada até hoje em biografias ou outros registros que confirmem isso. A única referência mais antiga ao uso de pó na gravação de um disco do Metallica que já vi foi em uma entrevista de Mick Wall. Wall que é autor da última biografia que saiu sobre a banda (ainda não li, aceito de presente), disse que esteve em Copenhagem quando o quarteto estava produzindo o álbum definitivo da primeira fase da banda, Master of Puppets. E comentou: “nevava muito. Muita neve fora e dentro do estúdio, if you get me. And a lot of grass needing cutting.”


Seria o que os atores chamam de “laboratório” para a faixa-título? De qualquer maneira, as informações que se tem sobre o uso de cocaína no Metallica se referem mais ao baterista, Lars Ulrich, e ao guitarrista, Kirk Hammett, e, até onde se sabe, as histórias não chegaram nem perto de lendas como as de Axl Rose ou Slash. Os metalliboys sempre foram chegados numa festinha, mas, segundo o fotografo Ross Halfin, eram mais uma banda de bêbados que de aspiradores de pó.

Entre coca e álcool, eu voto que a inspiração vinha aditivada com o último – não deve ser a toa que Hammett diz não lembrar de parte da turnê de divulgação de Kill’em all e que a banda foi carinhosamente apelidada de Alcoholica. Mas, julgue você mesmo:

Motorbreath – it’s how I live my life
I can’t take it any other way
Motorbreath – the sign of living fast
It is going to take your breath away


Como não há clipe oficial do Metallica antes de One, vai uma versão ao vivo de Motorbreath do vídeo Cunning Stunts, de 1997. Só porque o vocalista James Hetfield está obscenamente sexy.

7.7.11

That's causing you sweet pain: Metallica faixa a faixa II

Uma das favoritas dos fãs, essa música é daquelas que serve pra fazer a clássica comparação Metallica x Megadeth por ter sido originalmente composta com Mustaine e gravada por ele no 1o. álbum da banda.
A temática dela ainda é bem tradicional da escola mais clássica do metal, com sua referência aos cavaleiros do apocalipse bíblico (parte ótima gritar em shows, aliás). Essa temática mostra que a banda ainda não tinha desenvolvido seu estilo de composição próprio - mais focado em demônios internos que no velho blablabla do diabo e etc e tal.
Entretanto, se a temática ainda estava longe de um amadurecimento, na hora da pausa em todos os instrumentos, quando fica apenas uma guitarra tocando, é impossível não se sentir contagiado pelo poder de um riff com a cara do Metallica.
Como em todas as músicas velhas do Metallica, não temos clipe oficial. Escolhi a versão desse vídeo pq é o show deles que eu mais curto dentre os que fui e os que estão disponíveis em vídeo.

E pra quem não tem saco pra ouvir tudo e quer ir direto para as guiatarras tocando solitas, pule o vídeo para 2:07 ;)



ah... o show esse - melhor de todos os disponíveis em vídeo - é Seattle, 29/08/1989

Pra quem não conhece, a "versão" do Megadeth é The Mechanix.

That's causing you sweet pain: Metallica faixa a faixa I

Pra abrir a série, Hit the lights
A música não está entre as minhas favoritas nem é a coisa mais brilhante que Hetfield/Ulrich já escreveram, mas é importante porque:
a) foi a primeira gravada pela banda, que saiu na lendária coletânea Metal Massacre e toda a história que vem depois
b) funciona para marcar exatamente o diferencial do Metallica para o resto: a velocidade e toda aquela história peso + punk que tanto falam da origem do trash.
Ela me cativa um pouco pela inocência - explícita na temática "life on the road" style - e pela voz inacreditavelmente ruim de James Hetfield (ele canta mal em todo o disco Kill'em All). Até por isso o vídeo escolhido aqui é um ao vivo de uma fase bem mais recente. Quem tiver curiosidade pode ainda pegar esse link aqui que é um achado: um ensaio na garagem do então baixista Ron McGovney, com Hetfield apenas no vocal e Mustaine na guitarra.

28.6.11

This is Spinal Tap

O mundo pop é feito de retornos: bandas que saem de tumbas para aquela última turnê de despedida, a ex-princezinha pop surtada que volta sensualizando geral num videoclipe marromenas, o tributo póstumo àquele artista que já se foi que chega ao topo da Billboard.

Claro que esse blog nunca foi - nem pretendeu ser - candidato ao Oscar. Era mais um lugarzinho para ir publicando breves textinhos para os quais ninguém dava um níquel. E assim deverá continuar. Voltamos. É o Retorno de Jedi do noplacelikehome.com. O comeback do Spinal Tap.

Ou, pra ficar numa referência menos gringa:

Mulher
Você vai gostar
Tô levando uns amigos pra conversar
Eles vão com uma fome que nem me contem
Eles vão com uma sede de anteontem
Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão
E vamos botar água no feijão

E no dia que não der tempo, ou saco, ou inspiração para escrever, pendura a fatura no nosso irmão/ e vamos botar água no feijão.
(Feijoada Completa/Chico Buarque)