31.7.11

That’s causing you sweet pain: Metallica faixa a faixa III

Seguindo a ordem do disco Kill’em all, a série continua com Motorbreath. É uma das que mais gosto no disco de estreia – que é talvez o mais fraquinho dessa “fase antiga”. A mesma temática life on the road que ouvimos em Hit the lights aparece aqui novamente. Esse assunto está abre a discografia da banda e encerra o ciclo trash com a perfeita Wherever I May road, no Black Album (mas sobre ela eu já falei e falarei mais posteriormente). Como já foi apontado aqui, não há grande lirismo em nada. Uma das coisas mais legais sobre Kill’em All, aliás, é a completa falta de um eu lírico elaborado, grilado com qualquer problema da vida ou amorosamente descornado. É quebradeira e ponto final.

Há correntes que dizem que a Motorbreath teria sido inspirada pelo uso de cocaína, mas não encontrei nada até hoje em biografias ou outros registros que confirmem isso. A única referência mais antiga ao uso de pó na gravação de um disco do Metallica que já vi foi em uma entrevista de Mick Wall. Wall que é autor da última biografia que saiu sobre a banda (ainda não li, aceito de presente), disse que esteve em Copenhagem quando o quarteto estava produzindo o álbum definitivo da primeira fase da banda, Master of Puppets. E comentou: “nevava muito. Muita neve fora e dentro do estúdio, if you get me. And a lot of grass needing cutting.”


Seria o que os atores chamam de “laboratório” para a faixa-título? De qualquer maneira, as informações que se tem sobre o uso de cocaína no Metallica se referem mais ao baterista, Lars Ulrich, e ao guitarrista, Kirk Hammett, e, até onde se sabe, as histórias não chegaram nem perto de lendas como as de Axl Rose ou Slash. Os metalliboys sempre foram chegados numa festinha, mas, segundo o fotografo Ross Halfin, eram mais uma banda de bêbados que de aspiradores de pó.

Entre coca e álcool, eu voto que a inspiração vinha aditivada com o último – não deve ser a toa que Hammett diz não lembrar de parte da turnê de divulgação de Kill’em all e que a banda foi carinhosamente apelidada de Alcoholica. Mas, julgue você mesmo:

Motorbreath – it’s how I live my life
I can’t take it any other way
Motorbreath – the sign of living fast
It is going to take your breath away


Como não há clipe oficial do Metallica antes de One, vai uma versão ao vivo de Motorbreath do vídeo Cunning Stunts, de 1997. Só porque o vocalista James Hetfield está obscenamente sexy.

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